segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Livros, música e conversas com escritores – Feira do Livro conta mais um balanço positivo

Infopóvoa / Póvoa de Varzim
Terminou ontem, 16 de Agosto, a Feira do Livro, instalada no Largo do Passeio Alegre desde 31 de Julho.
45 stands foram casa de livreiros, editoras e alfarrabistas, os anfitriães de uma Festa do Livro cujo convite de “A ler o mar” atraiu, como já vem sendo hábito, catadupas de visitantes, que ora faziam da Feira o seu destino principal, ora se cruzavam com ela no seu caminho para a praia, mesmo ali ao lado. Personagens principais da Feira, os livros eram tão variados quanto as mãos que os folhearam. Romances, poesia, ficção científica, literatura infantil, livros técnicos, entre muitos outros, revestiam as bancas, oferecendo novos títulos, clássicos da literatura e também as raridades, muito ao gosto dos coleccionadores. Em comum, todos tinham o facto de oferecer bons momentos de leitura a preços mais atractivos.


No entanto, e tendo em conta o balanço feito por outras Feiras do Livro que já decorreram no país, era já esperada uma quebra nas vendas, o que de facto aconteceu. Porém, a Feira do Livro continua a ser uma importante actividade que anima o mês de Agosto na Póvoa de Varzim, pois para além dos livros, oferece um programa de animação paralelo onde marcam presença a música, o lançamento de livros, o teatro, entre outras. Este ano, os visitantes puderam conhecer novos livros e os seus autores. Assim foi com
O Último Bandeirante de Pedro Pinto, com A Escrava de Córdova de Alberto S. Santos e com o livro juvenil FDI – Fantásticos Detectives e Investigadores, de João José S. Desvendaram, finalmente, as histórias vencedoras do Prémio Conto Infantil Ilustrado Correntes d’Escritas/ Porto Editora , reunidas em livro, também apresentado na Feira. Entraram em contacto com o mundo mágico da literatura infantil através da editora Trinta por uma Linha que apresentou vários títulos de livros ilustrados, prontos a serem devorados pelos mais novos.
A música fez também companhia aos livros, com as actuações da Banda Musical da Póvoa de Varzim e ainda com a organização do Festival do Emigrante, pela Associação Cultural e Recreativa da Matriz. A Feira do Livro dá agora lugar à
Feira de Stocks. No entanto, para o ano estará de volta, sempre junto ao mar e em Agosto. Até lá, recorde-a através das imagens publicadas no portal municipal.

4ª Feira de Stocks, de 19 a 23 de Agosto

Infopóvoa / Póvoa de Varzim
Pelo quarto ano consecutivo o Largo do Passeio Alegre recebe a Feira de Stocks, organizada pela Associação Comércio ao Ar Livre.
Entre 19 e 23 de Agosto 36 lojas fazem-se representar na Feira, cativando os visitantes com os preços reduzidos praticados. Artigos de vestuário, óculos de sol, acessório de moda, perfumaria, joalharia, têxteis, artigos de decoração, entre outros, resumem a grande diversidade de produtos disponibilizados.
A Feira de Stocks está aberta das 16h00 às 24h00 e são um bom complemento há época de saldos que se aproxima do seu fim.

Verão Total, na Póvoa de Varzim

Macedo Vieira, em entrevista
Infopóvoa / Póvoa de Varzim
Ao som das Marchas Populares tocadas pela Banda Musical da Póvoa de Varzim, a RTP deu início à emissão de Verão Total, no passado sábado, em directo da Praça do Almada, frente aos Paços do Concelho.

Luís Diamantino e Pedro Falé, em entrevista


Conduzido por Júlio Isidro e Sónia Araújo, o programa revelou um pouco das tradições e costumes poveiros bem como da diversificada oferta de equipamentos e serviços de qualidade que a cidade oferece. Macedo Vieira, Presidente da Câmara Municipal, revelou-se um autarca satisfeito afirmando que, relativamente ao seu desempenho à frente do município “o essencial está concretizado”. Num circuito pelas grandes obras idealizadas e grande parte delas já realizadas, o edil referiu o Cine-Teatro Garrett, “obra que já foi adjudicada e está para breve o seu início”, o Parque da Cidade, que viu agora concluída uma 2ª fase, e cujas as atenções se concentram agora na zona poente, perspectivando-se para a 3ª fase a construção do Estádio do Varzim S.C. e do complexo do Clube Desportivo da Póvoa e ainda o Mercado Municipal, ao qual “se pretende introduzir uma componente de modernidade através da construção de um novo espaço”. Macedo Vieira referiu-se à Póvoa de Varzim como o exemplo de “complementaridade das raízes com aquilo que é uma cidade virada para o futuro”, sendo que, actualmente a preocupação da autarquia é manter a cidade sustentada e limpa, lembrando que o ano passado foi atribuído ao município o Prémio “Cidades Limpas 2008” .


Rancho Folclórico Poveiro


O Vice-Presidente da Câmara e Vereador das Obras Municipais, Aires Pereira, conduziu uma visita ao recentemente inaugurado Parque da Cidade, mais concretamente a zona de lazer, cujos 30 hectares se inserem no total de 78. O Vice-Presidente referiu que esta “é uma zona de carácter mais lúdico, um espaço onde avós podem passear com os seus netos e as crianças podem brincar desfrutando de um espaço verde que também convida à prática desportiva informal”. Explicando que esta nova fase do Parque necessita de algum tempo para se desenvolver por completo e se ajustar à sua função de embelezamento do espaço e de novo pulmão para a cidade, Aires Pereira revelou que parte das 1600 árvores, de 28 espécies, foram já colocadas, sendo que a plantação será retomada em Novembro, a altura mais indicada para o fazer. O Vereador afirmou ainda que “os poveiros que ocupam esta área, respeitam-na muito”, visto que “o espaço mantém-se limpo e asseado, sem qualquer sinal de vandalismo ou destruição”.
Luís Diamantino, Vereador do Pelouro da Cultura, referiu-se à Póvoa de Varzim como uma “Cidade de Cultura”, promotora de eventos culturais de referência em todo o país e no estrangeiro como é o caso do Correntes d’Escritas e do Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim. “A nossa cidade foi pioneira nas Bibliotecas de Praia que este ano completam 10 anos de existência” disse Luís Diamantino, avançando que o município também dispõe de uma Biblioteca de Jardim, aberta ao público durante o mês de Agosto na Casa Manuel Lopes.
A área desportiva mereceu destaque através do Projecto Desporto Sénior levado a cabo pela autarquia desde 2005, que conta com a participação de cerca de 300 pessoas, divididas em 24 classes, sendo que algumas são utentes de instituições do concelho e outras de população em geral, que frequentemente praticam Ginástica Sénior e Hidro Sénior, promovendo nos idosos a prática de exercício físico.
As tradições poveiras foram reveladas numa visita à Igreja da Lapa onde com extrema dedicação todos se concentraram nas Festas d’Assunção, padroeira dos pescadores, na actuação do Rancho Folclórico Poveiro, na mostra das camisolas poveiras por uma artesã da região e ainda na entrevista a Maria do Desterro, a representar a pescadeira e partilhando alguns costumes da sua vivência.
A Festa da Sardinha, que decorreu durante o fim-de-semana, também foi apresentada pela JuveNorte, associação cultural e desportiva do concelho, que levou a cabo a 4ª edição deste evento gastronómico que pôs à prova a sardinha assada. Outra associação que mereceu destaque nesta transmissão, mas pelo desempenho social que presta ao serviço da comunidade, foi o MAPADI – Movimento de Apoio de Pais e Amigos ao Diminuído Intelectual. Esta é um exemplo de resposta à problemática da formação e da integração das crianças com deficiência intelectual.Academia de dança Gimnoarte, Daisy e Niquita conferiram momentos de entretenimento que encheram de alegria a Praça do Almada, no centro da cidade.

A Escrava de Córdova e livros infantis encerraram apresentações da Feira do Livro

Da esquerda para a direita: Macedo Vieira, Alberto Santos e Rui Couceiro
Infopóvoa / Póvoa de Varzim
Alberto S. Santos encerrou o ciclo de lançamentos da Feira do Livro da Póvoa de Varzim, no passado sábado à noite com o romance A Escrava de Córdova.
Foi com duplo prazer que Macedo Vieira, Presidente da Câmara Municipal, recebeu Alberto Santos , escritor, advogado e Presidente da Câmara Municipal de Penafiel, referindo que “tal como eu interrompeu a sua profissão para se dedicar à causa pública e temos outro aspecto comum que é o gosto pela História e, mais concretamente pela história da Península Ibérica”. Sobre o livro, Macedo Vieira afirmou que tem um início forte, de grande impacto e que se trata de um romance histórico rigoroso que retrata o conflito religioso vivido no mundo islâmico.
Alberto Santos
Com A Escrava de Córdova, Alberto Santos confessou que “espero o encontro dos três e’s: entreter, ensinar e emocionar”, pois o autor considera que devemos saber mais depois de ler o livro do que aquilo que sabíamos, adquirimos mais força e aumentamos a nossa mundividência para além de que se um livro não conseguir emocionar falta qualquer coisa, “um livro tem que provocar emoções”, acrescentou.

João Manuel Ribeiro, Manuela Ribeiro, Alexandra Pinheiro e Sandra Nascimento
O autor revelou que “esta história ajuda a compreender o tempo embrionário de Portugal e Espanha” e por isso ele pretendeu voltar um milénio atrás para perceber quem eram os fundadores da nossa nação, justificando que tal se deve ao facto de ser cidadão português e daquela região, em concreto. Alberto Santos falou ainda da preocupação que teve em criar uma simbiose de personagens reais e fictícias para interpretar o espírito de um tempo, o que foi um “exercício bastante difícil dada a grande distância temporal a que se encontra”, confessou, referindo que a narrativa tem início em 977, altura em que a civilização mais avançada da Europa e do mundo estava em Córdova.
Alberto Santos mencionou três viagens em A Escrava de Córdova, uma viagem geográfica que ajuda a compreender os cheiros e sabores da cultura árabe; uma viagem interior das personagens quando vão conhecendo o outro, cristão conhece muçulmano, e a viagem do autor para conhecimento da época. O autor referiu ainda que há uma história de fundo, de 26 anos, desde o nascimento das duas personagens Ouroana e Abdus até à descoberta do seu destino. “Surgem várias histórias que se entretecem entre si, sendo que a mensagem principal da obra é a eterna conflitualidade entre as diferentes religiões”, revelou Alberto Santos.
Relativamente à actualidade do romance, o escritor referiu que “para além do contributo para a compreensão do que somos, a obra reflecte algumas tendências fundamentalistas da civilização árabe que pretende reconquistar todos os territórios que alguma vez estiveram sob ocupação muçulmana e foi no território peninsular que esta civilização atingiu o seu auge.”
Na sexta-feira, 14 de Agosto, a Editora Trinta por uma Linha marcou presença no recinto da Feira do Livro para a apresentação de algumas das suas publicações, com destaque para a obra Emília e o Chá de Tília, de Alexandra Pinheiro , contando com a presença da autora e da ilustradora, Sandra Nascimento. Alexandra Pinheiro partilhou com o público a história do seu livro, inteiramente dedicada aos mais novos, transportando-os para o mundo da fantasia que está espelhado nos desenhos realizados por Sandra Nascimento que disse que “dada a riqueza dos detalhes do texto não foi difícil ilustrá-lo”, reflectindo-se entre texto e imagem a cumplicidade que existe entre a autora e a ilustradora.
A sessão contou ainda com a presença de João Manuel Ribeiro, da editora Trinta por uma Linha, que também apresentou os seus Poemas para Brincalhar. Recentemente, o escritor tem-se dedicado à escrita para crianças, acompanhando tal processo com um trabalho de dinamização da literatura em Escolas Básicas do 1.º Ciclo e colégios, quer através de oficinas de escrita criativa, quer através de encontros onde diz poesia. Para crianças publicou: Estrela e Príncipe da Paz (2005), O Encanta Pardais Voador (2006), O Natal do Ratinho Daniel e outros versos (2006), Rondel de Rimas para Meninos e Meninas (2008), A Menina das Rosas (2008), (Im)Provérbios (2008), Poemas da Bicharada (2008), Um, dois, três - Um mês de cada vez (2008). Publicou ainda os seguintes livros de poesia: Regras do mel e da flor (2002), Amores quase perfeitos e outras arritmias (2002), Livro de Explicações (2003), A circulação precoce dos relâmpagos (2007).
Cinema Garrett, Meu Fito, Meu Feito, ambos de Vergílio Alberto Vieira e O Pastor de Ventos, de António Cabrita foram outros dos títulos trazidos pela editora dedicada exclusivamente à literatura infantil.