segunda-feira, 13 de julho de 2009

90 peregrinos “A Caminho de Santiago”



Infopóvoa / Póvoa de Varzim


Este sábado, 90 peregrinos participaram na IV edição “A Caminho de Santiago”, organizada pelo Albergue do Peregrino de S. Pedro de Rates, em parceria com a Câmara Municipal e o Turismo de Portugal.
Depois da visita guiada ao Mosteiro de Leça do Balio, a distância entre Vilarinho e S. Pedro de Rates, 11 quilómetros , foi percorrida com entusiasmo por todos os participantes. Ao longo do caminho, as diversas etapas foram registadas numa Credencial de Peregrino, tal como numa verdadeira peregrinação.
Após a caminhada, nada melhor do que o convívio à volta da mesa para retemperar as energias. O Albergue recebeu todos os peregrinos para um jantar animado, onde também não faltou música.
Já no próximo sábado, 25 de Julho, o Albergue do Peregrino de S. Pedro de Rates completará cinco anos de existência. Desde 2004, já ficaram hospedados na vila poveira mais de cinco mil peregrinos, sendo que, a cada ano que passa, o número de hóspedes vem aumentando. Em 2009, o Albergue espera alcançar os 2300 visitantes, já que, até meados de Maio, o número ultrapassava a meia centena e estão ainda para chegar os meses de maior afluxo, Agosto e Setembro.
Saiba mais sobre o Albergue do Peregrino de S. Pedro de Rates e sobre o Caminho de Santiago
aqui.

Trabalhos arqueológicos têm início na próxima semana: inscrições continuam abertas


Infopóvoa / Póvoa de Varzim


Na próxima quarta-feira, 15 de Julho, terão início os trabalhos arqueológicos na Cividade de Terroso. Com o objectivo de limpar, recuperar e estudar o sítio histórico, os trabalhos são realizados todos os Verões, sob a orientação do arqueólogo municipal, José Flores. Estas campanhas contribuem, ainda, para a preservação do local. Para cumprir com todos estes objectivos, o Museu Municipal conta com a colaboração voluntária de jovens a partir dos 15 anos. Até ao final do mês, os interessados podem inscrever-se no Museu Municipal para participarem nesta campanha de trabalhos arqueológicos. Até ao momento, perto de 30 jovens estão já inscritos. Esta é uma excelente oportunidade para conhecer a cultura castreja e contribuir para a manutenção deste importante património histórico.
Os trabalhos decorrerão até meados do mês de Agosto, de segunda a sexta, entre as 8h30 e as 12h30. O transporte dos jovens até à Cividade de Terroso será assegurado pela Câmara Municipal.

Novos Contos Poveiros apresentados no Diana Bar

Da esquerda para a direita: Fernando Pinheiro, Luís Costa, filho de Luís Costa e Luís Diamantino

Infopóvoa / Póvoa de Varzim


Novos Contos Poveiros foi o livro de Luís Costa apresentado no passado sábado, no Diana Bar, uma compilação de 12 contos que evocam episódios, figuras, lugares, práticas, usos e costumes da Póvoa de Varzim.
Como referiu Luís Diamantino, Vereador do Pelouro da Cultura, trata-se de um “livro que mitiga a saudade que temos do passado” através de “histórias da Póvoa que conseguem despertar sentimentos e provocar orgulho por sermos poveiros”. Luís Diamantino reconheceu a Luís Costa o domínio da arte de escrever acrescentando que “são exemplo de sabedoria as pessoas que contam histórias e é importante haver quem as conte”, principalmente com o amor à nossa cidade que este poveiro de coração transmite.
Natural de Coimbra e a viver em Braga há vários anos, Luís Costa confessou que “quando me sento à secretária para escrever alguma coisa lembro-me sempre da Póvoa de Varzim”, onde viveu a sua infância e juventude. São inúmeras as passagens que lhe vêm à cabeça, vividas na sua mocidade que passa para o papel revelou o escritor afirmando que “quem por aqui passa, torna-se um poveiro de coração devido à grandeza das suas gentes”. “ A Póvoa tem esse atractivo tremendo, tem tudo, é uma grande cidade, da qual se pode orgulhar” acrescentou Luís Costa dizendo que se lembra sempre da cidade com saudade e está-lhe muito grato”.
A sessão contou ainda com o testemunho de um dos 14 filhos de Luís Costa, evocado como um pai presente e que sempre transmitiu aos filhos o amor que tinha à Póvoa de Varzim e às suas tradições, fazendo desta destino de muitos passeios em família marcados por peripécias partilhadas com o público.
Fernando Pinheiro, editor de Novos Contos Poveiros, fez uma excelente análise crítico-literária à obra, dividindo os 12 contos em quatro secções de acordo com o subgénero que as categorizou: contos ficcionados, que misturam realidade e ficção ; contos de fundo pícaro, satírico e jocoso ; contos de fundo sociológico e antropológico e ainda prosa poética, tipologia atribuiu ao último conto do livro “Amor platónico” que o editor considera terminar com “chave d’ouro”.
Alguns ficcionados, outros vividos pelo autor e outros ainda que fazem parte da tradição oral poveira são os contos reunidos na obra apresentada perante uma sala onde não faltavam amigos da juventude que Luís Costa passou na Póvoa e que tão boas recordações deixou na sua vida. A edição, que surge na linha de Contos Poveiros, é, de facto, um repositório de memórias de um tempo e de uma Póvoa de Varzim cheia de tradições e onde o mar, e essa relação forte que com ele mantinha uma grande parte da população, marcava a vida de toda uma comunidade.

Rui Vieira Nery irá receber medalha de reconhecimento poveiro em 2010




Infopóvoa / Póvoa de Varzim


“Rui Vieira Nery será reconhecido com a medalha de cidadão poveiro, em 16 de Junho de 2010” foi este o anúncio feito por Macedo Vieira, Presidente da Câmara Municipal, na passada sexta-feira, na abertura oficial do 31º Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim.
À semelhança do que vem acontecendo há alguns anos, Rui Vieira Nery foi convidado para proferir a conferência inaugural do festival e como forma de demonstrar a gratidão do município pelo prestígio que o grande musicólogo lhe confere, Macedo Vieira comunicou a homenagem acrescentando que “tem sempre aqui um porto de abrigo na nossa cidade”.
E numa conferência intitulada "Händel na encruzilhada dos Barrocos musicais europeus", Nery deu provas, uma vez mais, do excelente domínio da oratória e do universo musical.
Evocando os 250 anos da morte de Händel, Nery abordou a vida e obra do compositor alemão nascido em 1685, que pertenceu à geração final do barroco, tal como Bach, e cujo percurso profissional ficou marcado por uma atitude pós-moderna, no sentido em que absorve todas as tendências das diferentes escolas barrocas mas não as mistura, encruzilhando os barrocos musicais europeus. Cumprindo a vontade de seu pai, Händel vai para a Universidade estudar Direito mas o seu interesse pela música era manifestamente mais forte e torna-se aluno do principal organista de Halle, Wilhem Zachow e aos dezassete anos é nomeado organista da catedral calvinista.
Um ano depois, em 1703, Händel partiu para Hamburgo, na altura, um dos principais centros musicais da Europa e integrou a orquestra do teatro de ópera da cidade como violinista e depois como cravista. Em 1705, dirigiu a estreia da sua primeira ópera, Almira e no ano seguinte aceitou um convite para viajar por Itália, onde permaneceu três anos. As suas obras foram apresentadas em Florença, Roma, Nápoles e Veneza e, simultaneamente, Händel familiarizou-se mais com o género de óperas italianas e contactou com grandes figuras da música, como Arcangelo Corelli, Domenico Scarlatti e Gionanni Pergolese. Nesse período, compôs cantatas italianas, oratórias e óperas e obteve um enorme sucesso, especialmente entre os protectores da arte em Roma. Sobre esta fase do seu itinerário musical, Nery referiu que Händel “foi, para todos os efeitos, um compositor italiano. Em Roma foi romano e tornou-se a coqueluche do meio musical romano e começou a ter várias encomendas para compor”.
A 16 de Junho de 1709, Händel foi para Hanôver, onde foi designado mestre capela da corte, mas ao receber um convite para escrever uma ópera (Rinaldo, 1711) em Inglaterra, pediu dispensa a Jorge I, Eleitor de Hanôver para seguir viagem para o país britânico. Quando obteve a autorização, foi para Londres e nunca mais voltou, o que aborreceu o Eleitor de Hanôver (ironicamente, com a morte da rainha Ana este viria a aceder ao trono de Inglaterra em 1714, como Jorge I, o que causou vários problemas ao compositor alemão). Rinaldo (1711) foi um grande sucesso da ópera italiana em Londres, com a qual Händel conseguiu conquistar o coração do povo inglês, assegurou Nery.
Por volta de 1717, a reconciliação de Händel e o Rei Jorge I aconteceu, numa festa real junto ao rio Tamisa e o compositor aceita um trabalho que lhe garante alguma estabilidade financeira e fá-lo compor música de acordo com o rito protestante anglicano, seguindo o modelo da música sacra inglesa. Em 1718, Händel conquistaria por completo as graças do rei, tendo este apoiado a criação da Royal Academy of Music para exibições de ópera que nos anos seguintes mereceram a atenção do público. Mas falhou como empresário e, desiludido com o teatro, passou a dedicar-se à oratória. Criou Ester (1732), Athalia (1733), Saul (1739), Israel no Egipto (1739), Sansão (1743), Messias (1742), a sua obra-prima em oratória que se revelou um verdadeiro triunfo, Judas Macabeu (1746), Salomão (1749) e Jefta (1751).
Em 1753, Händel cegou, vindo a falecer em 1759, em Londres, e foi enterrado na Abadia de Westminster com honras nacionais.
A sua obra, sem o rigor do compatriota e contemporâneo Bach, assentou na musicalidade inata do seu talento único que fez dele um dos compositores mais respeitados do seu tempo e uma das referências maiores para as gerações seguintes.
“Que os 250 anos da sua morte tenham como propósito ouvir música de Händel, pois esta é uma fonte de prazer inesgotável, garanto-vos”, concluiu Rui Vieira Nery.
Acompanhe o 31º Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim, no
portal municipal.