sexta-feira, 14 de maio de 2010

PÓVOA DE VARZIM

Autarquia assina protocolo com duas associações locais


Da esquerda para a direita: José Alberto Silva, Aires Pereira e Manuel Faria
Infopóvoa / Póvoa de Varzim
Esta manhã, a Câmara Municipal assinou dois protocolos com dois clubes locais, o Centro Desportivo e Cultural de Navais e a Associação Desportiva e Cultural de Balasar. Os documentos têm como finalidade dar continuidade ao trabalho realizado pelas duas associações no que diz respeito ao desporto, nomeadamente no futebol e no ciclismo.
À associação de Navais, a autarquia irá apoiar com metade do valor de um veículo automóvel (dezanove mil seiscentos e cinquenta e quatro euros e noventa e três cêntimos). José Alberto Silva explicou que “este apoio é fundamental para os atletas do Navais. Os transportes de que o clube dispõe já não oferecem as melhores condições a nível da segurança e com a ajuda da Câmara Municipal poderemos divulgar o nome da Póvoa de Varzim em todas as provas que participamos e com toda a segurança”.
Manuel Faria sublinhou que a colaboração da autarquia “tem sido fundamental” para a Associação Desportiva e Cultural de Balasar. Com este protocolo, a associação irá beneficiar de vinte e cinco mil euros. Como contrapartida deste subsídio, o clube obriga-se a manter em actividade e competição um mínimo de seis equipas de futebol, sendo cinco no Campeonato Inter-Freguesias (nos escalões sénior, juvenil, iniciado, escolinhas e feminino) e uma no Campeonato Distrital da Associação de Futebol do Porto, assim proporcionando a prática dessa modalidade desportiva a, pelo menos, 150 jovens da freguesia.

PÓVOA DE VARZIM

Parque da Barranha sofre trabalhos de requalificação
Infopóvoa / Póvoa de Varzim
Decorrem, na freguesia de Aguçadoura, os trabalhos de requalificação do Parque da Barranha.
A obra foi adjudicada pelo valor de 323.578,40 euros, teve início em Outubro de 2009 e tem um prazo de execução de dez meses.
Planta Geral da Obra
A empreitada consiste nos trabalhos de requalificação do Parque da Barranha, nomeadamente no que diz respeito à pavimentação, instalação de rede de iluminação pública, de rede de telecomunicações exteriores, e das redes de abastecimento de água potável e drenagem de águas residuais domésticas e pluviais e os demais trabalhos de construção civil inerentes.

Em termos físicos a obra encontra-se a decorrer dentro do previsto estando neste momento em avançado estado de execução no que refere as pavimentações de circulação viária. Em breve terá início a pavimentação nas áreas pedonais.
Segundo a memória descritiva do projecto da autoria de Rui Bianchi, “a ideia tende a ser apenas uma pequena intervenção, deixando o espaço natural fluir, disciplinando e ordenando os acessos e as zonas a frequentar. Retirando os muros de granito tanto quanto possível, a poente, a duna estender-se-á repondo as suas areias e espécies vegetais, contidas por treliças de caniço, transpostas por passadiços em deck de madeira. Restará assim uma plataforma natural plana, que se pretende coberta por verde rasteiro, pontuada com algumas espécies arbóreas ou de arbustos, características desta paisagem mas que em simultâneo coexistam com a abertura e amplitude do espaço que se abre e deixa adivinhar a presença do mar. Esta plataforma será recortada pelo caminho de acesso automóvel, realizado de forma quase elementar, em cubo de granito, sem contraguias ou guias, assumindo este aspecto de proximidade com as virtudes do espaço espontâneo e natural.”
No
portal municipal, poderá acompanhar a evolução desta e de outras obras municipais.

PÓVOA DE VARZIM

Luísa Dacosta encontra-se com público infantil, na Póvoa de Varzim
Infopóvoa / Póvoa de Varzim
Luísa Dacosta esteve esta manhã, 14 de Maio, na Biblioteca Municipal. A escritora veio à Póvoa de Varzim para se encontrar com alunos do 4º ano de escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico do concelho que participaram na actividade “Agora acabamos nós”.
A iniciativa foi proposta pelo Serviço Educativo da Biblioteca que desafiou os alunos a darem um final ao conto O Elefante Cor-de-Rosa, da autoria de Luísa Dacosta. Os grupos do 1ºCEB que colaboraram nesta actividade de incentivo à escrita e leitura deram um fim à referida história, que lhes foi previamente narrada omitindo o seu fim. Agora, na presença da autora, os grupos escolares apresentam o trabalho colectivo que lhes foi proposto. Durante a manhã, a escritora esteve com alunos da Escola dos Sininhos e Nova, sendo que à tarde serão os alunos da Escola do Desterro e novamente Sininhos a expor o seu trabalho a Luísa Dacosta.

Esta actividade repete-se segunda-feira, 17 de Maio, às 10h00 e às 15h00, desta vez na biblioteca escolar da EB1 Aldeia Nova em Aver-o-Mar, com turmas das escolas de Refojos e Aldeia Nova.
O Elefante Cor-de-Rosa, das Edições Asa, pertence ao Plano Nacional de Leitura, sendo um dos livros recomendados para o 4º ano de escolaridade destinado a leitura orientada na sala de aula. Trata-se reedição de um pequeno conto de Luísa Dacosta – porventura um dos mais emblemáticos da sua obra no domínio da literatura infantil –, que conserva as ilustrações originais da primeira edição (de 1974), da autoria de Armando Alves. A história desenrola-se em torno de um pequeno elefante cor-de-rosa, que é a cor dos sonhos das crianças, e fala-nos, num primeiro momento, do “mundo amável” em que ele vivia, juntamente com outros elefantes cor-de-rosa. Era um mundo de paz e de alegria, onde não havia sofrimento. Confrontado, num segundo momento, com a morte inesperada deste seu mundo, o elefante vê-se obrigado a partir e acaba por ir viver para a imaginação de uma criança!
Uma história de sonho e fantasia, que aborda, porém, ainda que de forma magistralmente subtil, valores tão importantes como a amizade, a solidariedade e a entreajuda. Aparentemente simples, na forma e no conteúdo, este pequeno conto revela-se, afinal, fortemente cativante, seduzindo tanto pela riqueza das emoções que desperta como dos simbolismos que encerra – tão ao jeito de Luísa Dacosta!
Professora e escritora, Luísa Dacosta é bem conhecida dos poveiros, sendo também bem conhecida a sua profunda ligação á Biblioteca Municipal, cujas actividades acompanha regularmente.

Luísa Dacosta nasceu em Vila Real, em 1927. Na Faculdade de Letras de Lisboa terminou o curso de histórico-filosóficas, mas não a licenciatura, e sobre a sua formação a escritora revela: ”As minhas universidades foram as mulheres de Aver-o-Mar, que murcham aos trinta anos, vivem e morrem na resignação de ter filhos e do os perder, na rotina de um trabalho escravo, sem remuneração, espancadas como animais de carga, e que mesmo afeitas, num treino de gerações, às vezes não aguentam e se suicidam (oh! Senhora das Neves! E tu permites!) depois de um parto, quando o mundo recomeça num vagido de criança! Às mulheres de Aver-o-Mar devo a língua, ao rés do coloquial.”
Professora do ensino oficial, Luísa Dacosta começou a sua vida literária em 1955 com o livro de contos Província. No domínio da ficção, editou: Vovó Ana, Bisavó Filomena e Eu (1969) e Corpo Recusado (1985). No campo da crónica, publicou Aver-o-Mar (1980) e Morrer a Ocidente (1990). Na Água do Tempo (1992) constitui um diário, e no campo ensaístico e crítico escreveu Aspectos do Burguesismo Literário (1959) e Notas Literárias (1960).
Em 1970 iniciou a escrita de livros para crianças: O Príncipe que guardava Ovelhas (1970), que foi distinguido pela Internacional Board on Books for Young People como um “excepcional exemplo de literatura com interesse internacional”; O Elefante Cor-de-Rosa (1974); A Menina Coração de Pássaro (1978); Sonhos na Palma da Mão (1990); Lá vai Uma Lá vão Duas… (1993); e outros títulos.
Na sua actividade de tradutora, traduziu obras de Nathalie Sarraute e Simone de Beauvoir. Colaborou também em numerosos periódicos, de que podem destacar-se: Colóquio/Letras, O Comércio do Porto, Jornal de Notícias, Raiz e Utopia e Seara Nova.
Interessam-lhe sobretudo as temáticas dos quotidianos vulgares e a situação da mulher. Os seus livros situam-se num registo em que um sabor autobiográfico se mistura à crónica e ao conto.
Com a obra Na Água do Tempo, ganhou, em 1992, o Prémio Máxima. Em 1994, obteve o Prémio Calouste Gulbenkian da Literatura para Crianças para o melhor texto para crianças do biénio 1992-1994, e em 2001 foi apresentada a sua candidatura ao Prémio Andersen pelo conjunto da sua obra para crianças pela Associação Portuguesa para a Promoção do Livro Infantil e Juvenil. Também nesse ano foi-lhe atribuído pela Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto o Prémio “Uma Vida, Uma Obra”. Em 2004, foi distinguida com o Prémio para a área do Ensino no âmbito da iniciativa da Cooperativa Árvore comemorativa dos 30 anos do 25 Abril e dos 150 anos da morte de Almeida Garrett. Em 2007, o seu livro O Rapaz que sabia acordar a Primavera, ilustrado por Cristina Valadas, obteve o Prémio Nacional de Ilustração.