segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

PÓVOA DE VARZIM

Concertos de Natal da Escola de Música: músicos de talento ofereceram boa música
Concerto na Igreja Matriz
Infopóvoa / Póvoa de Varzim
Num fim-de-semana marcado pela chuva e pelo frio, muitos dirigiram-se à Igreja Matriz e à Igreja da Lapa onde decorreram dois Concertos de Natal dinamizados pela Escola de Música, nos dias 19 e 20, respectivamente.
Concerto na Igreja da Lapa
Todos os anos, estas duas igrejas transformam-se num palco para as melodias de Natal, recebendo estes concertos como forma de fazer chegar a música clássica a um público mais alargado, que assim tem a oportunidade de ouvir os cânticos mais tradicionais de Natal e outros mais eruditos, por agrupamentos musicais de qualidade.
Este ano, ambas as actuações contaram com prestações excelentes, muito do agrado do público. Assim, e na Igreja Matriz, actuou o Quarteto de Cordas Verazin e o Coral “Ensaio” da Escola de Música que apresentaram obras de Joseph Haydn (o quarteto), de D. Pedro de Cristo, Fernando Lopes-Graça, Gustav Holst e ainda alguns cânticos de Natal. O Coral “Ensaio” voltou a apresentar estes últimos temas na Igreja da Lapa, no concerto de dia 20, tendo também a Officina da Música marcado presença, com a interpretação de sonatas para cravo e flauta de bisel. Ambos os concertos tiveram direcção musical de José Abel Carriço.

PÓVOA DE VARZIM

Raid BTT angariou mais de três mil euros
A entrega de um cheque no valor de 3.000 euros por Aires Pereira, Vereador do Pelouro do Desporto, à Casa de Santa Maria da Estela antecedeu a partida para o Raid BTT de Natal que no passado sábado, 19 de Dezembro, percorreu todo o concelho.
Esta prova desportiva, a que estava associada unicamente a vertente de convívio, foi organizada pelo Pelouro do Desporto e pelo Centro Cultural e Desportivo de Navais , que assim assinalou o seu 28º aniversário.
Mas se é verdade que esta era uma iniciativa apenas de convívio, houve quem ficasse a ganhar. De facto, o valor das inscrições reverteu, na totalidade, a favor da Casa de Santa Maria da Estela. 600 pessoas inscreveram-se, permitindo assim amealhar os 3 mil euros, aos quais se juntaram ainda 290 euros provenientes da venda de fotografias do Raid BTT.

Participaram pessoas de várias idades, entre homens, crianças e mulheres, que se dividiram entre o percurso de 20 quilómetros , de dificuldade baixa, e o percurso de 40 quilómetros . A partida deu-se no Estádio Municipal, passando por Santo André, Aguçadoura, Navais, Terroso, com um desvio até à Cividade, Amorim e claro, pela Estela, passando junto à casa de Santa Maria. O passeio de BTT, cujo percurso privilegiou os caminhos rurais, terminou no Estádio, onde foi servido, a todos os participantes, um lanche, oferecido por empresas e particulares que desta maneira se associaram também a esta causa de solidariedade. A Casa de Santa Maria da Estela é um lar para crianças e jovens em risco, a cargo da Obra de Nossa Senhora do Rosário de Fátima. A Casa está a atravessar uma fase de recuperação e reabilitação do edifício, uma antiga casa de lavoura de dois pisos. Ainda que intervenções recentes permitam a utilização provisória, a melhoria de condições de habitabilidade é uma necessidade bem presente no dia-a-dia das responsáveis pelo funcionamento do lar. Para tal, é urgente a colaboração da sociedade civil para que sejam recolhidas as verbas necessárias que permitiriam uma segunda fase das obras: a construção de um novo edifício em complemento do já existente, para que o número de crianças e jovens acolhidos possa subir para 15.

PÓVOA DE VARZIM

Distribuição de prendas antecede Natal para 425 crianças

Infopóvoa / Póvoa de Varzim


Este ano, o Museu Municipal foi o ponto de encontro escolhido para realizar uma das actividades mais tradicionais da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim: a entrega dos presentes aos filhos dos funcionários camarários, com idades entre os 0 e os 12 anos.



A distribuição das prendas decorreu na manhã do passado sábado, 19 de Dezembro, e cerca de 425 crianças usufruíram desta oferta da Câmara Municipal. O Pai Natal não faltou ao encontro, distribuindo guloseimas por entre os mais pequenos, e contou com a ajuda de Luís Diamantino, Vereador do Pelouro da Cultura e Educação, e Andrea Silva, Vereadora do Pelouro da Acção Social e Juventude.
Bonecos, jogos pedagógicos e lúdicos, mp4, relógios, kits de magia, entre muitos outros, foram algumas das prendas distribuídas, como que a anteceder o Natal.
Esta é uma oferta da autarquia que conta, todos os anos, com o apoio logístico dos Serviços Sociais da Câmara Municipal. Veja as imagens no
portal municipal.

PÓVOA DE VARZIM

União Soviética e Angola – uma relação investigada em livro apresentado na Póvoa de Varzim


Da esquerda para a direira: Carlos Mateus, José Milhazes e José Macedo Vieira

Infopóvoa / Póvoa de Varzim
José Milhazes, historiador e jornalista poveiro , apresentou, na passada sexta-feira, 18 de Dezembro, o livro Angola – O Princípio do Fim da União Soviética. O Diana Bar encheu-se para ouvir falar do livro e do passado, presente e futuro da Rússia.
José Macedo Vieira, Presidente da Câmara Municipal, acompanhou o autor nesta sessão de lançamento, lembrando que José Milhazes partiu para a União Soviética ainda novo, para estudar e que, por isso, “participou num dos episódios mais marcantes do século XX, seguiu de perto esta grande transformação que foi a queda do Muro de Berlim e a mudança de regime”. Por isso, o autarca considerou ser uma honra receber José Milhazes, que, por ser ocidental “pode ter uma visão diferente da nossa”.

A Carlos Mateus, outro velho amigo do autor, coube a apresentação do autor e da obra. Caracterizando José Milhazes como um homem que “frequentou os lugares certos e conheceu as pessoas certas”, sendo por isso o seu percurso marcado por um “conjunto de coincidências felizes”, Carlos Mateus recordou que José Milhazes colabora com a imprensa portuguesa, escrita, falada e audiovisual. Sobre a obra, apresentou algumas questões, como o porquê de escrever um livro sobre Angola quando José Milhazes “é europeu e anti-colonialista”. No entanto, e como referiu, Angola – O princípio do fim da União Soviética é um “volume cuidado”, feito a partir da consulta de documentos e entrevistas a agentes políticos da altura. “Vê-se que a façanha não foi fácil, houve dificuldades na investigação, já que a história ainda é secreta”. É um livro sobre a relação dos movimentos militares de libertação de Angola com a União Soviética e sobre os muitos militares soviéticos que estiverem em Angola e que são hoje veteranos esquecidos. “É sempre um prazer ouvir falar o José Milhazes porque diz o que sabe e sabe o que diz”, concluiu.


“Tenho duas profissões muito próximas – historiador e e jornalista e vi-me confrontado com dados que em Portugal não eram conhecidos”. Assim justificou José Milhazes a investigação que levou a este livro. “Em Portugal já há bastante literatura escrita pelos que assistiram aos conflitos em Angola”, considerou, relembrando que se fazem referências à participação americana “mas há lapsos quanto à intervenção soviética. Queria tapar esta lacuna, claro que não consegui, isto é apenas o princípio. É um tema que está em movimento, daí que isto levou a que me interessasse cada vez mais”. Com Angola – O Princípio do Fim da União Soviética, José Milhazes pretende também desmistificar alguns aspectos da máquina soviética. “Alguns mitos ficam na cabeça das pessoas como verdades absolutas. Por exemplo, o mito de que a direcção soviética era precisa como um relógio. Era sim um centro de discussões. O que transparecia para fora era a decisão já tomada, que muitas vezes não era a mais correcta”.
Sobre as razões que levaram ao fim da União Soviética, José Milhazes aponta sobretudo razões económicas. Referindo que as guerras dentro da Guerra Fria eram feitas no 3º mundo, o jornalista explicou que a URSS gastou quantias astronómicas em armas e munições em Angola. A máquina soviética foi incapaz de suportar os custos relacionados com a alimentação dos soldados ou com o armamento nuclear, situações agravadas pelos inúmeros conflitos regionais em África. “O que ganharam? Não ganharam muito, porque não tinham uma economia inteligente para aproveitar as riquezas de Angola. O modelo implantado foi fraco, como por exemplo, a criação de comunas agrícolas”. Outro mito que José Milhazes tenta aclarar é o mito de que “a URSS ditava como se fazia o que não é bem verdade. Muitas vezes, os dirigentes africanos ouviam conselhos e faziam exactamente o contrário”. Assim, no final, “quem mais perdeu foram os angolanos, pois passaram muito tempo consecutivo em guerra”.
Daqui, partiu-se para uma conversa com o público sobre o livro, o presente e futuro da Rússia, um país enorme, com uma balança de importações e exportações desequilibrada, marcado pela corrupção. Um país que se não der o ‘salto’ agora corre o risco “de ficar sempre para trás”. Mas como José Milhazes referiu, “os dirigentes ocidentais também não são santinhos”.